A Prefeitura de Maricá, com foco no desenvolvimento de políticas públicas voltadas para processos inovadores e sustentáveis, está investindo em tecnologia israelense para a produção de alimentos orgânicos no sistema de estufas. O processo se dá através da empresa Tomates do Brasil (Tobra), parceira no projeto Bem-viver Alimentar, desenvolvido pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM).
Nesta quinta-feira (24/8), foram colhidos 300 kg de tomates orgânicos e as entregas já começaram. No primeiro local, o Centro Educacional Joana Benedicta Rangel, a diretora Cristiane Janeiro recebeu 18 kg do alimento das mãos do presidente do ICTIM, Carlos Senna, e equipe.
“Maricá passou por um grande crescimento no cenário pós-pandêmico que nos trouxe a visão da necessidade de atuarmos com o desenvolvimento de soluções para que o município se torne autossustentável. As estufas fazem parte de uma proposta da gestão do prefeito Fabiano Horta de incentivar o cultivo de alimentos orgânicos. Posteriormente, essa tecnologia será transferida aos produtores rurais da cidade”, explicou Senna.
Na sequência, os tomates foram entregues ao Restaurante Popular Mauro Alemão, que, na sexta-feira (25/8), completa 2 anos de existência e já planeja usar os alimentos. Foram 40 kg entregues pelo diretor de Inovação e Científica do ICTIM, Cláudio Gimenez, à nutricionista Neyla Mesquita e ao fiscal da Secretaria Municipal de Economia Solidária, Márcio Lima.
Gimenez destacou que a técnica tem foco no tempo de colheita e na qualidade do produto dentro de um processo, que, na conclusão do estudo, poderá ser replicado na agricultura familiar.
“A ideia é proporcionar um estímulo à produção de alimentos saudáveis e à economia local, através de um ecossistema cooperativo para o município”, considerou o diretor.
Técnica israelense
No estudo, foram utilizadas sementes oriundas de Israel, com tecnologia aplicada, no qual estão sendo cultivados diversos tipos de tomates, além de pepinos e berinjelas, em estufas, localizadas no bairro de Bambuí. As técnicas de cultivo protegido também são baseadas na tecnologia israelense, que propõe a eliminação da maior parte dos riscos climáticos, principalmente os danos causados pelos ventos, como ocorre no município, permitindo maior controle de pragas e doenças, resultando em maior produtividade e melhores frutos e legumes.
“Na primeira fase foram feitos testes em mais de 30 tipos de tomates e selecionadas as variedades que melhor se adaptaram ao clima e ao solo local, o que justifica a projeção de uma produção maior numa próxima etapa”, destacou o CEO da empresa, Calmon Cozer.
Apoio da Cooperar na logística
A Cooperativa de Trabalho em Assessoria a Empresas Sociais em Assentamentos de Reforma Agrária (Cooperar), que executa o Horta em Casa, no contexto do Bem-viver Alimentar, também participa dessa primeira entrega, sendo responsável pela operação logística.
“A Cooperar, assim como o Horta em Casa, participa no marco do ecossistema Bem-viver Alimentar justamente nessa inter-relação com os parceiros. Hoje está acontecendo a colheita dos tomates e nós temos como contribuir com a logística. O nosso aporte é na logística de ajudar a pegar desde as estufas e chegar até os espaços que vão consumir esses tomates”, destaca Virlei da Silva, coordenador-geral do Horta em Casa.